28 de abr. de 2010

1º Pilar da Autoestima

::Auto-aceitação ::

Antes de ler este artigo leia postagem A EFT e os 4 Pilares da Auto-estima

 Havia uma jovem que tratava há alguns anos. A moça tinha uns 27 anos, aproximadamente e se vestia muito bem. Uma vez, a elogiei: “Você se veste muito bem!”. E ela respondeu: “Ah, que nada! Esta roupa já está batida, comprei há anos...” e continuou depreciando seus trajes da cabeça aos pés, até que sem graça e decepcionada, sai de perto e fui embora engasgada sem entender bem o que havia acontecido.
Como se vê, ela padece de autoaceitação, este primeiro pilar da auto-estima. Acontece que para ela usufruir autoaceitação precisa antes tomar a atitude de viver conscientemente.
A idéia do Dr. Nathaniel Branden nominar e “pilares” as dimensões da auto-estima é bastante oportuna e pertinente, pois assim como um edifício não pode se sustentar sem qualquer um de seus pilares, da mesma forma a auto-estima não pode existir em uma condição saudável sem qualquer um de seus pilares, em especial este segundo, considerado mais central do que os demais, embora todos sejam ou estejam intensamente interligados e dinâmicos entre si.
A atitude da autoaceitação é o segundo pilar da auto-estima e o Dr. Branden afirma que “[...] a não aceitação de si mesmo é a recusa em manter relacionamento antagônico consigo mesmo”. Desta forma, a título de exemplo, a criança que cresce ouvindo adjetivos depreciativos sobre si, desconfiará de qualquer elogio no futuro, pois o que o outro diz a seu respeito contradiz a autoimagem registrada em seu cérebro e, por isto, não aceita. O contrário também é verdadeiro: a criança muito mimada e paparicada terá maior dificuldade aceitar seus defeitos quando adulta.
A atitude de autoaceitar é estar do próprio lado e agir a favor ou em favor de si mesmo, resguardadas as devidas proporções. Especialistas em saúde mental concordam que tanto o cliente em tratamento psicoterápico quanto o aluno em sala de aula poderão apresentar maior dificuldade em assimilar adequadamente um novo aprendizado se, eventualmente, a recusa em aceitar a si próprio for intensa e profunda. Esta afirmativa faz sentido, na medida em que a pessoa que não se aceita, rejeita inconscientemente qualquer melhora ou crescimento mais significativo, podendo inclusive boicotar-se simplesmente por não saber colocar-se do próprio lado e agir em favor de si mesmo.
Neste caso, não se deve confundir com o egoísmo, pois enquanto no agir em favor de si mesmo é aceitar a porção que lhe é devida, no egoísmo a pessoa não quererá compartilhá-la, o que é bem diferente. Observe que muitos clientes de psicoterapia abandonam o tratamento justamente quando estão começando a sentir algum progresso mais substancial. Esta dinâmica pode ser, entre outras coisas, indícios de autosabotagem em função do despreparo em relação à atitude da autoaceitação.
Invariavelmente, o não desenvolvimento ou a degradação do segundo pilar da auto-estima faz com que a pessoa nutra desde intolerância até ódio por si mesmo, podendo chegar a níveis mais preocupantes e desencadear atitudes de autoagressões, autopunições, automutilações e até mesmo a renúncia direta ou indireta pelo desejo de viver.
O caminho da restauração deste importante pilar da auto-estima é empreender ações que visam despertar na pessoa pensamentos, palavras e atitudes de autoafirmação. E preciso que a própria pessoa consiga repetir em voz alta que respeita a si mesma; que tem valor e que tem o direito de ser quem ela é.
Neste caso podemos utilizar a EFT perguntando o que a pessoa sente ao fazer estas afirmações em voz alta. Se existirem resistências como: eu não consigo afirmar isto porque não acredito que sou assim. Neste momento perguntamos : Porquê? Provavelmente ela responderá algo parecido com, eu não me respeito, sinto que não tenho valor, me sinto inferior, entre outras.
Imediatamente devemos aplicar a EFT nestas resistências afim de eliminá-las.
Primeiro devemos criar uma Frase de Preparo para eliminar qualquer tentativa de auto-sabotagem inconsciente:

“Embora eu rejeite inconscientemente agir a meu favor, eu me aceito profunda e completamente”.
“Embora eu sinta dificuldade de agir a meu favor, eu me aceito profunda e completamente”.

As frases abaixo correspondem as outras resistências criadas pela pessoa:

“Embora eu tenha dificuldade de me respeitar, eu me aceito profunda e completamente”.
“Embora eu sinta que não tenho valor, eu me aceito profunda e completamente”.
“Embora eu me sinta inferior, eu me aceito profunda e completamente”.

Infelizmente, muitas pessoas têm tido maior facilidade em trocar de personalidade do que mudar de atitudes. É pela autoaceitação que estas nuanças poderão ser melhor percebidas e mais adequadamente trabalhadas. O simples fato de alguém ter a coragem de pedir e buscar ajuda é um ótimo sinal de autoaceitação. Lembra do ditado popular? “O pior doente é aquele que não reconhece a doença”. Quem não reconhece a doença, dificilmente pedirá ajuda.
Porém, a glória da restauração e desenvolvimento do segundo pilar da auto-estima se efetiva quando uma pessoa que passou boa parte de sua vida se sujeitando a humilhações e abusos de toda natureza resolve dar um basta nesta condição e diz para si mesma: “Agora chega!”. Esta declaração é um marco histórico na evolução de sua situação. É preciso operar em favor de si mesmo quando ninguém mais pode fazê-lo, agindo positivamente e decidindo mudar uma situação indesejada, nem tanto por causa da submissão em si, pois esta tem seus limites aceitáveis, mas certamente por causa da mínima e qualquer condição de subjugação. Esta deve ser inaceitável!
Portanto para tratarmos qualquer emoção negativa com a EFT precisamos que a pessoa tome a DECISÃO DE ELIMINÁ-LA, caso contrário a EFT e nenhum outro tratamento terá efeito.

Primeiro vamos analisar a palavra DECISÃO:
 Decisão = ruptura com o passado
 A decisão determina o foco
 O foco determina o que você atrai para sua vida

As pessoas evitam tomar decisões porque tem crenças limitantes:
 Medo do novo, medo do desconhecido
 Apego ao presente/passado
 Terei que fazer sacrifícios
 Pessoas podem não me aceitar
 Medo de ser criticada por ter me modificado

Podemos criar frases para retirar as resistências que impedem da pessoa tomar a DECISÃO.

“Embora eu sinta dificuldade de tomar a decisão de mudar porque tenho medo do novo, eu me aceito profunda e completamente”
“Embora eu sinta dificuldade de tomar a decisão de agir a meu favor porque tenho medo do novo, eu me aceito profunda e completamente”
“Embora eu sinta dificuldade de decidir agir a meu favor porque tenho medo de não ser aceita, eu me aceito profunda e completamente”.

A atitude de autoaceitação é para pensamentos, características pessoais e demais coisas que são de modo geral aceitáveis. De outra forma, é preciso lançar mão da revolta inteligente e determinar a mudança, decidindo-se posicionar do próprio lado e em favor de si mesmo. Este é o contra senso da revolta! Dizer “chega!” à humilhação, ao abuso e à subjugação.
Quando eu digo sobre aceitar as coisas aceitáveis, estou me referindo, por exemplo, a recusa de alguém em olhar-se no espelho só porque não aceita suas medidas, a cor de sua pele, o formato do cabelo, o tamanho do pé ou coisas deste tipo, mas indubitavelmente é preciso aceitar cada imperfeição como sendo particularmente sua. Isto não quer dizer, repito, que aceitar-se seja conformar-se. A partir da aceitação é que a mudança poderá ser empreendida.
Para que haja mudança e crescimento é preciso que haja autoaceitação. Aceitar-se a si próprio não é estagnar-se na condição ou situação atual, mas reconhecer que tal condição ou situação é um ótimo ponto de partida para a condição ou situação que se deseja alcançar.
Quando a pessoa resiste reconhecer em si os próprios defeitos ou a enfrentar a fonte de seus dissabores vivenciais, então a angústia se fortalece e a ansiedade tende aumentar. Entretanto, quando esta pessoa identifica e reconhece, aceitando, suas imperfeições e decide enfrentar aquilo que ela teme, permitindo e incentivando aflorar à consciência o que estava latente, então, a idéia adoecedora, que antes era forte se enfraquece e se dissolve naturalmente.
A atitude da autoaceitação começa quando a pessoa reconhece em si a antagônica condição humana, posto que é imperfeita apesar de fascinante; ignorante apesar de estudada; aprendente apesar de docente; confiante apesar de traída; cansada apesar de determinada; ingênua apesar de inteligente; errante apesar de assertiva, enfim, todos somos tudo e também somos nada.
É a atitude da pessoa que dirá quem ela é, apesar do tempo, do lugar, das pessoas e das circunstâncias. Só não quer se conhecer quem não se aceita. Quem não se aceita e, por isto, recusa saber quem é, então, variavelmente acabará sendo quem os outros dizem que é e, assim, acabará se conhecendo pelo outro e não por si mesma, o que seria muito mais prazeroso, verídico e adequado.
Se uma pessoa demonstra ainda não conseguir conviver com seus próprios defeitos e imperfeições, estimule-a a aceitar pelo menos as próprias qualidades, para que não fique total e aleatoriamente à mercê da opinião dos outros e, por consequência, estabeleça imagem mental de si mesma, bem diferente da própria realidade, estruturada essencialmente em determinações alheias.

Mark Twain escreveu “[...] Daqui a alguns anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra”.

Por Simone de Oliveira
NA PAZ DO EU

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