8 de mai. de 2011

O Anjo da Dor


Se dor é inevitável, o sofrimento é opcional, faz parte do livre arbítrio. A dor não é um sentimento em si. É o que não somos. É intransferível. Daí, um pai ou uma mãe desesperados não poderem transferir para si próprios a dor que eventualmente vêem em seus filhos. Já os sentimentos são passíveis de serem absorvidos pelo outro e até pelo outro metabolizados (em casos especiais de a pessoa possuir esse poder, muito comum aos xamãs e curadores ou ainda a qualquer pessoa que seja profundamente envolvida com a outra pessoa em questão).
O sofrimento gosta de chamar a atenção, atrair piedade, compaixão e energia alheias. A dor pode ser silenciosa, manifesta ou até mesmo escandalosa. Entretanto, a dor indica, ensina e liberta. É extremamente importante resgatar, re-aprender, o valor de passar mal. Só passamos mal quando algo que estava estagnado, morto, dentro de nós é reativado. Aquilo começa a vibrar, e, então, vem a turbulência e o mal passa. Passa mal. Passe mal. Não deixe que o que ficou mal permaneça instalado dentro de você. Só tem o poder de passar mal aquilo que está vivo, que quer clamar pela vida, recuperá-la, para depois sentir-se novamente aliviado, vital.
O medo de passar mal, de sentir a dor, é paralisante, traz consigo o sofrimento, o congelamento e a incapacidade.
O anjo da dor é o único que não se enfada de nós, jamais. Tem a capacidade de nos acompanhar por toda a eternidade, se preciso for.
Vale enfatizar neste ponto que, como espíritos que são, as pessoas só entendem, percebem, ouvem e sentem o que querem em seu íntimo. Por mais que uma mensagem possa ser clara, o receptor pode deturpá-la totalmente de modo que seja conveniente a seus anseios. Conectar a dor conscientemente não implica em buscá-la viciosamente, tomar gosto por tê-la como sentimento padrão, muito pelo contrário, redunda em resgatá-la internamente, trazendo-a à luz da consciência, de modo que dores desnecessárias voltem a ocorrer sempre, pois muito pior do que aprender com os próprios erros é não aprender com eles.
Texto extraido do blog: vivenciaecura

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